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sábado, 19 de maio de 2012


“Picolés de Jesus” são usados como protesto ao fanatismo religioso

Artista cria obra conceitual com picolé sabor vinho
por Jarbas Aragã


“Picolés de Jesus” são usados como protesto ao fanatismo religioso
O artista chileno Sebastian Errazuriz, hoje morador de Nova Iorque, está usando uma forma inusitada para protestar contra o extremismo religioso. Durante a Design Week, que ocorre
esta semana em Nova Iorque, ele distribuirá “picolés de Jesus”. Feitos com “vinho sagrado congelado transformado no sangue de Cristo” e com um palito que lembra um crucifixo, cerca de 100 deles serão distribuídos em sua mostra R’Pure Gallery.
Sabastian diz que a obra foi feita de maneira “ilegal”, pois escondeu o vinho em um refrigerador que ficava na igreja, onde era “inadvertidamente abençoado pelo padre, enquanto ele transformava o vinho em sangue de Cristo, durante a Eucaristia”.
De acordo com a Galeria de Arte R’Pure, 10 artistas participarão dessa exposição onde os visitantes poderão “revisitar objetos e símbolos que forjaram a cultura americana através dos olhos de seus criadores”.
Cada peça é uma interpretação pessoal de algum aspecto da vida cotidiana, seja de comemoração, crítica ou simplesmente uma observação. A exposição pretende questionar os valores da cultura norte-americana que, de muitas maneiras, influencia todo o mundo.
Embora muitas das obras de arte sejam provocativas, nenhuma é tão controversa quanto o Jesus em um palito de picolé. Acostumado a controvérsias, Errazuriz disse que sua intenção não é provocar as pessoas. “Não que eu deseje propositadamente ficar em apuros. Acredito que se você não está fazendo um trabalho capaz de fazer as pessoas pararem, pensarem e discutirem, então é melhor nem trabalhar”, disse ele.
Criado em uma família católica, Errazuriz se diz agora um “ateu praticante”, mas ele tem muitos amigos e familiares que são religiosos, e diz que respeita suas crenças. Porém, confessa que sempre foi atormentado pela religião, especialmente quando as pessoas tentam impor suas crenças sobre os outros.
“Questionar a realidade que recebemos das gerações anteriores pode ser incrivelmente libertador”, disse o artista.
Sua maior crítica é quanto aos dogmas que mantém uma influência crescente sobre a política, especialmente quando os líderes insistem em “professar publicamente sua fé em Deus e fazer cumprir as leis que defendem a ideologia da Bíblia, mesmo que isso passe por cima das liberdades individuais”, explica.
Seus picolés são apenas um símbolo, um convite para que os visitantes da galeria levem suas religiões – não importa qual sejam – um pouco menos a sério.
Embora a ameaça do fanatismo islâmico seja mais visível na mídia, Errazuriz quer lembrar que o extremismo nunca é aceitável, independentemente da religião. Ele menciona a Ku Klux Klan, que décadas atrás era “uma força política dominante na sociedade americana, que se dizia uma organização cristã e usava uma cruz em chamas como símbolo”.
Errazuriz enfatiza que a língua das pessoas que provarem os “picolés de Jesus” ficará manchada de vermelho após seu consumo e isso os lembraria da relação entre o fanatismo e a violência religiosa histórica. Ele também espera que os palitos “provem que os cristãos sabem lidar com um pouco de humor e ironia. Este indicador saudável é mais difícil de encontrar entre os fanáticos religiosos de outras religiões”, finaliza.


Traduzido e adaptado de CNN


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